Relatórios Trimestrais
Relatório 3º Trimestre 2023
O terceiro trimestre do ano começou na esteira do bom humor dos mercados que não só emplacaram bons retornos no mês de junho, como também marcaram um dos melhores primeiros semestres em anos para os ativos de risco. A economia global permaneceu resiliente, impulsionada pelo forte consumo e por um setor de serviços em expansão, o que se por um lado foi um fator positivo, por outro manteve analistas e investidores preocupados com a dinâmica da inflação e, consequentemente, da política monetária dos EUA, a qual poderia levar as taxas de juros a níveis ainda maiores (e por tempo mais longo).
Nos Estados Unidos, a atividade econômica foi notavelmente forte. O crescimento continuou suportado por uma série de fatores, principalmente o robusto mercado de trabalho, a redução do excesso de poupança acumulada desde a pandemia (que foi direcionada para o consumo), o investimento privado robusto e a política fiscal expansionista. Na Zona Euro, a atividade econômica abrandou ao longo do trimestre e o setor industrial continuou desacelerando, com os dados do Índice de Gerentes de Compras (PMI) mostrando que o setor se encontra nos níveis mais baixos desde o início da crise financeira global em 2008 (GFC). Já a China continuou enfrentando dificuldades, uma vez que o consumo permaneceu fraco, o desemprego jovem disparou e o setor imobiliário mostrou novos sinais de enfraquecimento. Inclusive, as discussões e avaliações sobre a tríade inflação, juros e crescimento nos EUA somente não reinaram sozinhas no trimestre, porque as preocupações com e economia chinesa dividiram as atenções dos investidores e as planilhas dos analistas.
Do lado da inflação, por mais um período os dados mostraram uma dinâmica mais benigna dos preços, com o CPI norte-americano (correlato ao nosso IPCA) registrando níveis dentro do esperado pelo mercado, desacelerando de suas máximas para o acumulado de 3,7% em 12 meses. Em função desse comportamento, mas considerando que o índice inflacionário continuou ainda bem acima da meta estabelecida pelo Banco Central dos EUA, o FOMC (COPOM doa EUA) voltou a subir os juros em sua reunião de julho, mas manteve a taxa estável na reunião de setembro, a qual ficou entre 5,25% e 5,5%.
Porém, mesmo que tenham sido colhidos alguns dados mais benignos da inflação e que o mercado de trabalho dos EUA venha aos poucos (bem aos poucos) se ajustando, permitindo ao FED interromper o processo de alta da Selic norte-americana (Fed Funds), o movimento das taxas dos títulos de 10 anos dos EUA foi mais influente para os mercados do que a própria dinâmica da taxa de curto prazo. Isso porque este título, que é conhecido como o pai da Renda Fixa mundial e investido por uma infinidade de investidores, inclusive por praticamente todos os bancos centrais do mundo, escalou de 3,8% (fechamento em junho) até 4,6% no fechamento de setembro, a máxima de 17 anos. Além disso, como comentado acima, as preocupações com o crescimento da economia chinesa e da saúde de seu setor imobiliário, também impactaram negativamente os mercados, principalmente no mês de agosto.
Como resultado, após um começo mais positivo no trimestre, o período foi marcado por um período de maior aversão a risco e maior volatilidade, resultando em perdas para as bolsas e para a renda fixa. Com a maior queda registrada no ano em setembro, 4,87%, o S&P500 encerrou o trimestre com recuo de 3,65%, caminho parecido do MSCI World, que caiu 4,45% no último mês do período e acumulou perda de 3,83% no trimestre. Na renda fixa, os principais índices também recuaram e apresentaram performance negativa de cerca de 3%. No Brasil, a dinâmica dos mercados internacionais impactou os negócios domésticos, mas as preocupações com as contas públicas mesmo depois do Arcabouço Fiscal ter sido aprovado, impactaram negativamente os ativos de risco.
O trimestre por aqui também começou positivo, puxado pela boa performance do mercado internacional, por mais um período de relevante entrada de investimento estrangeiro (R$8,9bilhões), pela aprovação relâmpago da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados e pela expectativa do início do ciclo de cortes na taxa Selic. Mesmo a perda de dinamismo de alguns setores, como o comércio, e a ainda situação mais frágil da indústria, não foi suficiente para piorar os humores, ainda mais por que a atividade acumulava relevante resultado até então, e porque uma perda de dinamismo acaba por ajudar o comportamento da inflação.
Porém, a partir de agosto, o cenário começou a ficar mais turvo, parte importada do cenário internacional, parte gerada pelas incertezas das contas públicas nacionais. Apesar de o governo ter enviado para o Congresso o texto da PLDO mantendo o compromisso de zerar o déficit primário em 2024 (fato positivo), as dúvidas com a possibilidade de cumprimento dessa meta voltaram à tona. Desde o momento em que foram apresentadas as premissas que o governo utilizava para entregar as metas de resultado primário nos próximos anos, os economistas avaliavam que havia relevantes superestimação de receitas e subestimação de despesas. Ou seja, não só seria difícil chegar no número de arrecadação esperada pelo governo de R$168 bilhões adicionais, como os gastos em 2024 seriam mais altos (por exemplo, somente com o Bolsa Família e benefícios da Previdência o valor de gastos seria de R$ 30 bilhões a mais). Além do futuro incerto, pesaram também os números correntes do Governo Central, que com déficit de R$26,35 bilhões em agosto, quarto pior da série, passou a somar R$104,59 bilhões no acumulado do ano.
Esse ambiente chegou a influenciar inclusive as expectativas de até onde a Selic poderia ser cortada, com o COPOM sinalizando claramente a “importância da firme persecução das metas” fiscais. Independentemente disso, após mais de 2 anos (12 reuniões em que os juros foram aumentados e 7 que foram mantidos em 13,75%), o Comitê de Política Monetária iniciou o processo de queda da taxa Selic, reduzindo-a em 1 ponto percentual (0,5 ponto por reunião) para 12,75%. O comportamento da inflação ajudou na decisão do COPOM, uma vez que o IPCA continuou comportado (acumulado de 12 meses 4,6%), com boa dinâmica dos preços dos serviços e do índice de difusão.
No fechamento do período, as preocupações com as contas públicas somada aos temores com a performance da economia chinesa e à alta das taxas de juros dos títulos de 10 anos dos EUA, anularam a boa performance do mês de julho e influenciaram negativamente os ativos de risco domésticos. O Ibovespa recuou 1,29% no trimestre (alta de 6,22% no ano), mesmo comportamento do IBr-X, com queda no período de 1,02% (+5,5% no ano). A renda fixa também sentiu os impactos do mercado internacional e das dúvidas fiscais, o que acabou resultando em alta das taxas de juros, principalmente dos papéis com vencimentos de médio e longo prazos e atrelados ao IPCA. Com isso, o IMA-B registrou queda de 0,5% e o IRF-M performance positiva de 1,83% (contra o CDI de 3,22%).
Planos Citiprevi
Performance Perfil Conservador (retornos brutos, cálculo por TIR)
O terceiro trimestre foi marcado por piores performances das estratégias que compõem o Perfil Conservador dos Planos Citiprevi. Apenas recordando, as carteiras possuem 55% de ativos pós-fixados, 18% de títulos prefixados e 27% em títulos atreladas à inflação (de até 5 anos). Conforme comentado na parte do Cenário, as altas nas taxas de juros dos títulos norte-americanos de 10 anos, somadas à preocupação com a atividade econômica chinesa, provocaram maior aversão ao risco. No Brasil, em que pese o orçamento ter sido enviado com o compromisso de déficit zero em 2024, a aprovação da Reforma Tributária e o tão esperado início do processo de queda da Selic, as dúvidas e preocupações com as contas públicas pesaram no mercado. Com isso, o IRF-M (1,83%) e o IMA-B (-0,5%) foram os principais detratores e responsáveis pela performance do perfil ter ficado aquém do esperado (por volta de 2,4%), embora ele tenha superado o retorno do benhcmark (1,99%) devido a uma gestão mais eficiente dos gestores e da boa performance do mercado de crédito privado.
Performance Perfil Moderado (retornos brutos, cálculo por TIR)
O terceiro trimestre foi marcado pela pior performance dos mercados de risco mundiais e locais, devido à alta nas taxas de juros dos títulos norte-americanos de 10 anos, à preocupação com a atividade econômica chinesa e às dúvidas com as contas públicas domésticas. Como resultado, a bolsa doméstica teve um período de perdas, mesmo comportamento das bolsas mundiais, sendo que a renda fixa também não ajudou na composição dos retornos do perfil. Com isso, as rentabilidades absolutas dos perfis Moderado ficaram entre 0,7% e 1%.
A renda variável foi o segmento que gerou menor retorno para o portfólio, com performance distinta entre os gestores, mas com o resultado do segmento sendo em linha com o IBR-X 100, mas pior do que a meta estabelecida. Sempre importante lembrar que é dado para os gestores um mandato para superar a performance do IBr-X 100 em 2 pontos percentuais ao ano e para isso eles precisam fazer alocações diferentes da composição da carteira do referido índice (investindo mais nos setores e empresas que acreditam ter maiores ganhos potenciais e menos nos setores e empresas que não possuem tanta convicção).
Em relação ao segmento no exterior, o mal resultado das bolsas globais (-3,65%) foi amortecido pela valorização do Dólar perante o Real (3,91%) e possibilitou que o segmento apresentasse retorno positivo. Além disso, todos os gestores conseguiram superar o benchmark estabelecido para o segmento.
Por fim, o segmento de Renda Fixa, que possui a maior participação no Plano (70%), registrou rendimento positivo (por volta de 2,30%), acima da meta estabelecida para o segmento, porém abaixo do abaixo do CDI (3,22%). Apenas recordando, essa parcela do segmento possui 41,2% de ativos pós-fixados, 11,5% de títulos prefixados e 17,3% em títulos atreladas à inflação (de até 5 anos).
Performance Perfil Dinâmico (retornos brutos, cálculo por TIR)
O terceiro trimestre foi marcado pela pior performance dos mercados de risco mundiais e locais, devido à alta nas taxas de juros dos títulos norte-americanos de 10 anos, à preocupação com a atividade econômica chinesa e às dúvidas com as contas públicas domésticas. Como resultado, a bolsa doméstica teve um período de perdas, mesmo comportamento das bolsas mundiais, sendo que a renda fixa também não ajudou na composição dos retornos do perfil. Com isso, as rentabilidades absolutas dos perfis Dinâmicos ficaram entre 0,1% e 0,3%.
Importante comentar que devido ao patrimônio do Perfil Dinâmico ainda ser baixo no Novo Plano CD, a Entidade definiu que somente um gestor faria a gestão do portfólio, devido ao impacto que o custo fixo teria na rentabilidade. Com isso, os retornos dos perfis entre os planos foram diferentes entre si.
A renda variável foi o segmento que gerou menor retorno para o portfólio, com performance distinta entre os gestores e com os resultados do segmento abaixo do IBR-X 100 e da meta estabelecida. Sempre importante lembrar que é dado para os gestores um mandato para superar a performance do IBr-X 100 em 2 pontos percentuais ao ano e para isso eles precisam fazer alocações diferentes da composição da carteira do referido índice (investindo mais nos setores e empresas que acreditam ter maiores ganhos potenciais e menos nos setores e empresas que não possuem tanta convicção).
Em relação ao segmento no exterior, o mal resultado das bolsas globais (-3,65%) foi amortecido pela valorização do Dólar perante o Real (3,91%) e possibilitou que o segmento apresentasse melhor retorno do que o índice global MSCI. Além disso, a maior parte dos gestores conseguiu superar o benchmark estabelecido para o segmento.
Por fim, o segmento de Renda Fixa, que possui a maior participação no Plano (54%), registrou rendimento positivo (entre 2 e 2,40%), acima da meta estabelecida para o segmento, porém abaixo do abaixo do CDI (3,22%). Apenas recordando, essa parcela do segmento possui 15,7% de ativos pós-fixados, 15,3% de títulos prefixados e 23% em títulos atreladas à inflação (de até 5 anos).
Renda Fixa | % Trim. | % Ano | % 12m | % 24m |
---|---|---|---|---|
CDI | 3,22% | 9,92% | 13,44% | 25,83% |
IMA-S | 3,28% | 10,14% | 13,70% | 26,64% |
IRF-M 1 | 3,18% | 10,06% | 13,54% | 24,68% |
IRF-M | 1,83% | 11,62% | 13,57% | 22,67% |
IRF-M 1+ | 1,26% | 12,82% | 14,06% | 22,31% |
IMA-B 5 | 1,73% | 8,89% | 11,65% | 21,97% |
IMA-B | -0,52% | 10,79% | 11,05% | 19,09% |
IMA-B 5+ | -2,46% | 12,08% | 10,15% | 15,88% |
IHFA | 0,73% | 4,77% | 4,98% | 19,10% |
Jgp Idex-CDI | 5,02% | 6,58% | 10,58% | 25,18% |
Renda Variável | % Trim. | % Ano | % 12m | % 24m |
---|---|---|---|---|
Ibovespa | -1,29% | 6,22% | 5,93% | 5,03% |
Ibovespa (USD) | -5,00% | 10,68% | 14,37% | 14,09% |
IBr-X | -1,02% | 5,50% | 5,09% | 3,69% |
IBr-X 50 | -0,03% | 4,92% | 5,32% | 5,93% |
IDIV | 1,25% | 10,67% | 14,16% | 22,39% |
SMILL | -7,25% | 5,06% | -2,94% | -20,83% |
IFIX | 2,03% | 12,28% | 7,64% | 18,54% |
S&P500 | -3,65% | 11,68% | 19,59% | -0,45% |
MSCI WORLD | -3,83% | 9,63% | 19,95% | -5,10% |
Títulos Públicos | Taxa | Dif. | % Mês | % Ano |
---|---|---|---|---|
NTN-B ago-2024 | 6,35% | -1,04 | 1,12% | 8,99% |
NTN-B mai-2025 | 5,74% | -0,30 | 0,62% | 9,24% |
NTN-B ago-2026 | 5,60% | 0,19 | -0,30% | 10,10% |
NTN-B ago-2028 | 5,62% | 0,41 | -0,74% | 10,88% |
NTN-B ago-2030 | 5,59% | 0,46 | -1,21% | 11,08% |
NTN-B mai-2035 | 5,69% | 0,46 | -1,58% | 11,96% |
NTN-B ago-2040 | 5,78% | 0,41 | -2,25% | 12,64% |
NTN-B mai-2045 | 5,83% | 0,37 | -1,96% | 13,02% |
NTN-B ago-2050 | 5,85% | 0,39 | -2,13% | 13,36% |
NTN-B mai-2055 | 5,86% | 0,41 | -2,52% | 13,24% |
NTN-B ago-2060 | 5,88% | 0,43 | -2,95% | 13,05% |
Títulos Públicos | Taxa | Dif. | % Mês | % Ano |
---|---|---|---|---|
LTN jan-2024 | 12,19% | -0,60 | 0,97% | 10,11% |
LTN jul-2024 | 11,32% | -0,32 | 0,80% | 10,77% |
LTN jan-2025 | 10,82% | 0,03 | 0,46% | 11,62% |
LTN jan-2026 | 10,63% | 0,42 | -0,03% | 14,04% |
NTN-F jan-2025 | 10,87% | 0,01 | 0,52% | 11,32% |
NTN-F jan-2027 | 10,89% | 0,68 | -0,35% | 13,80% |
NTN-F jan-2029 | 11,33% | 0,78 | -0,86% | 14,53% |
NTN-F jan 2031 | 11,55% | 0,94 | -1,50% | 14,74% |
NTN-F jan 2033 | 11,67% | 0,99 | -1,93% | 14,61% |
Índices de Inflação | % Trim. | % Ano | % 12m | % 24m |
---|---|---|---|---|
IPCA | 0,61% | 3,50% | 5,19% | 12,73% |
INPC | 0,22% | 2,91% | 4,51% | 12,02% |
IGPM | -0,49% | -4,93% | -5,97% | 1,79% |
Câmbio | % Mês | % Ano | % 12m | % 24m |
---|---|---|---|---|
Dólar | 3,91% | -4,03% | -7,38% | -7,94% |
Euro | 0,71% | -4,84% | 0,18% | -15,85% |